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Conheça a história de Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank

Cristina Junqueira, já podia dizer que era uma executiva de sucesso, formada em engenharia de produção na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), bem avaliada, com grande experiência acumulada no setor financeiro e tocando projetos grandes dentro do Itaú. Mas, foi justamente durante esse aparente auge profissional, no início de 2013, que ela tomou a decisão mais difícil de sua carreira:

“Pedi demissão justo no dia que recebi o maior bônus da minha vida”, afirmou.

Cristina diz que estava feliz com o trabalho e o caminho construído até aquele momento, mas buscava algo novo, que lhe desse um propósito, uma nova visão. “Saí sem saber o que ia fazer, para pensar com calma”.

Não demorou muito para a executiva encontrar seu novo propósito. Embarcou ao lado do colombiano David Vélez e o americano Edward Wible em um projeto que se transformou na fintech Nubank. Desde 2013, a startup vem chamando atenção pelos grandes aportes recebidos — inclui-se aí o do Sequioa Capital — e por oferecer um sistema de cartão menos burocrático e mais ágil que os dos bancos. Hoje, o desafio de Cristina e seus sócios decorre justamente do acelerado crescimento da fintech, que já soma mais de 500 funcionários. “Nosso problema hoje é crescer do ponto de vista de pessoas. Fomos de 30 funcionários para 300, em 2015, e passamos para 500 no ano passado. Mas precisamos continuar crescendo com nível de qualidade. A barra é muito alta.”

Para Cristina, somente a diversidade de pessoas é capaz de garantir que a inovação continue ocorrendo — independentemente do tamanho da empresa. “Como manter uma cultura de inovação? É com diversidade. Se tiver cinco pessoas parecidas, elas pensarão igual e irão trazer as mesmas ideias. Aí, eu não preciso de cinco. Uma só basta, correto?” Entre os funcionários do Nubank, há 25 nacionalidades, 40% do time formado de mulheres e 30% pertencente à comunidade LGBT.

Cristina mostra que tem um jeito pragmático e objetivo de olhar um negócio. Comemora o crescimento do Nubank, apesar das dificuldades citadas acima, porque “em startups, se o trabalho não doer, é porque a empresa não está indo rápido o suficiente”. Ela diz que os momentos de crise e recessão são ótimos para empreender, porque é quando as pessoas “estão procurando alternativas e soluções diferentes, o que torna mais propício o crescimento de startups”.

No dia a dia, afirma proferir dois lemas a seus funcionários. “Se o trabalho é facil, já estava feito e eu não preciso de você para fazê-lo” e “Eu não quero saber se o pato é macho, eu quero o ovo. Se vira”, conta. Uma de suas obsessões dentro do Nubank é não esquecer o motivo pelo qual a empresa foi criada — ajudar os clientes que sofriam com altas taxas de juros, anuidades e um serviço moroso de seus bancos. “Todo mundo fala que o Nubank é inovador. Mas inovador nesse setor significa pagar com pulseira, com anéis, usar carteira digital. Nós queremos resolver os problemas que estão doendo aos nossos clientes”, diz. “Encontre um problema que incomoda muita gente e o resolva. É isso que é inovação.”

É este, aliás, o seu maior conselho para quem quer empreender. “Muita gente fala de hobby e paixão na hora de empreender. Mas, who cares[quem se importa] com suas paixões? Garanta que você esteja resolvendo um problema grande o suficiente, que doa a muita gente.”

 

Via: Época Negócios

Foto: Reprodução Linkedin

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