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Qual habilidade principal você precisa ter para ser um bom líder?

Apenas verdadeiros líderes possuem a habilidade de pensar “fora da caixa” e agir como verdadeiros coaches.

Pensando nisso, um bom gestor, ao invés de simplesmente determinar o que vai ser feito, faz com que seu subordinado se aproprie do problema e descubra sozinho a solução para ele, explica a master coach Eva Hirsch Pontes, professora convidada da Fundação Dom Cabral.

O objetivo é que o liderado não seja meramente um cumpridor de tarefas formuladas por outra pessoa, mas sim que seja capaz de encontrar suas próprias saídas — e se torne, portanto, o dono dos resultados. Os ganhos em desenvolvimento são muito maiores, inclusive a longo prazo.

Isso só é possível por meio de conversas estruturadas com cada membro da equipe, nas quais são colocadas em prática ferramentas típicas do universo do coaching, como a escuta profunda e a capacidade de fazer perguntas e até provocações.

“Ser um líder-coach é igual a falar uma outra língua no dia a dia”, diz Pontes. Segundo a professora, não é preciso fazer um curso de formação em coaching para chegar a esse objetivo. Há cursos específicos, para treinar esse novo “idioma”.

Líderes do tipo “centralizadores” estão em risco

“O que você acha que precisa ser feito para resolver esse problema?” é um exemplo de pergunta típica de um chefe que vai além das ordens e realmente desenvolve sua equipe.

É um tipo de pergunta que raramente se escuta no dia a dia das empresas, diz Silvina Ramal, fundadora da consultoria de educação corporativa Id Projetos Educacionais.

“O mercado de forma geral, dentro e fora do Brasil, é muito carente de líderes educadores”, afirma ela. “Embora não seja a norma, o líder precisa ter a capacidade de transformar as atividades do dia a dia em um desafio constante de crescimento, de expansão de limites”.

Na chefia, continua Ramal, as mulheres costumam ter naturalmente a preocupação com o desenvolvimento de suas equipes — e podem ser vistas como modelos nesse sentido para seus colegas do gênero masculino.

Na visão de Eduardo Abreu, sócio da consultoria Unique Group, o comportamento típico do líder brasileiro vai na contramão dos ideais pregados pelo coaching.

“Com a ameaça da demissão pairando sobre suas cabeças, muitos gestores não buscam empoderar seus liderados, muito pelo contrário”, afirma ele. “Em vez disso, centralizam decisões, e só passam atividades operacionais para a equipe, com o objetivo de conservar seu poder”.

O engessamento dos processos leva quase sempre a baixos níveis de motivação, o que traz consequências negativas tanto para o negócio quanto para o sucesso da equipe e do próprio chefe.

Para não produzir esse cenário, o líder precisa criar desafios, por menores que sejam, e sempre específicos para cada pessoa — não uma grande “meta geral”. É o projeto próprio que gera propósito e motivação, valores caros sobretudo para as gerações mais jovens.

Outra vantagem de aplicar princípios do coaching para gerar responsabilidade dentro da equipe é o alívio da sobrecarga. “Quando você estimula seus liderados a buscar autonomia, você pode delegar certas tarefas”, explica Abreu. “Com o tempo que sobra, você pode se dedicar a objetivos mais estratégicos e também investir no seu próprio desenvolvimento”.

 

Fonte: Exame.com

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